domingo, 10 de outubro de 2010

Ela


Desde o princípio, nunca desistiu. Correu, lutou, chorou. Pegou em armas, espadas, foi queimada na fogueira. Mas não perdeu o posto. Fez com que através dos tempos seu legado se perpetuasse. Impôs respeito e reconhecimento da sua força. Não desistiu. Foi odiada, lembrada, amada, forçada. Sofreu nas mãos de quem acreditava amar. Mas também fez sofrer almas e corações. Herdou o poder divino de dar a vida, o que a tornou o mais sublime dos seres.

Onde muitas são proibidas de exibir o próprio rosto, outras são condenadas a seguir as tendências da ponta do lápis. Vistas muitas vezes como meros objetos descartáveis, sem valor humano. Renegado o direito do prazer, estes seres tem suas imagens consumidas e deterioradas diante da sociedade. Obrigadas a seguir instintivamente a ditadura da beleza, são usadas como próprios veículos para vender. Suas imagens são usadas como forma de sedução, para atrair, prender e instigar.

Mas qual a real visão que a sociedade tem destes seres? Poder. Ainda que não totalmente democrático, mas o olhar perante nós já mudou. Dominamos os bancos escolares, as cadeiras giratórias das empresas e os tronos de grandes nações. Tudo isso conquistado pelo uso das unhas. Que ainda que fossem quebradas, o orgulho permanecia o mesmo. Capacidade de vencer e seguir sem jamais desistir. Foi assim que a mulher tem chegado ao mais alto patamar da sociedade. Não só no Brasil, mas mundialmente falando.

Ainda há muito o que se fazer, a mudar os olhos de alguns ainda perversos e descrentes. Simplesmente incapacitados de perceber o altruísmo da alma feminina. Sendo esta capaz de dar a vida por um ideal. E jamais ser capaz de desistir da sua vontade de ascensão.